Patchwork fever
Tendências

19 Outubro 2021

Patchwork fever

Patchwork fever



Todos sabemos que a moda é muito influenciada pelo estado do planeta e do mundo em geral. Especialmente desde o momento em que todos parámos por causa de um vírus invisível que esteve (e ainda está) por todo o lado. Para além disso, a crise climática já não é um problema apenas do futuro e tudo isto se revê no mundo fashion. Foi por isso, e pelo hype dos anos 90, que a tendência do patchwork voltou.


Há quem lhe chame patchwork, remendos ou quiltcore. Vários nomes para uma técnica só, que consiste no reaproveitamento de pedaços de tecidos para fazer uma peça principal. A técnica em si não é nova. Na verdade, já tem mais de cinco mil anos, altura em que se pensa ter sido usada na China e do Antigo Egipto.


Atualmente podes ver essa técnica em tudo desde acessórios, como chapéus e bolsas, a roupa, como calças de ganga, camisolas ou vestido, e até em calçado. O patchwork voltou a entrar na nossa realidade em fevereiro de 2020 quando Harry Styles foi visto com uma camisola com esse trabalhado. Em poucos meses, o estilo ficou viral e vários fãs do cantor recriaram as suas próprias versões da camisola.





Entretanto, com a Covid e os confinamentos, o mundo virou-se para os DIY- faz tu próprio-, como o Tie-Dye, para os projetos de bricolage e para as experiências na cozinha. Um pouco por todo o mundo, foram-se fazendo muitos ‘banana bread’- bolo de banana- e, em Portugal, muito pão. Algures aí no meio, as pessoas foram aproveitando o seu tempo para fazer um upcycle às suas roupas, nomeadamente com o patchwork. Lá porque tinham de estar em casa, isso não significava que não podiam dar uma nova cara ao armário e que não o podiam partilhar com o resto do mundo através das redes socias.


Contudo, é preciso apontar o segundo benefício evidente desta tendência. Apesar de ajudar a população a ocupar os dias, a ideia dos remendos vence pela sustentabilidade e pela intenção de prolongar o tempo de vida de uma peça de roupa.


Tudo isto transpareceu para o mundo da moda, com muitas marcas a apostar nesta tendência, como a Alexander McQueen, a Christian Dior, a Bode ou a Chopova Lowena. O exemplo mais recente deste fenómeno aconteceu há apenas um mês na Met Gala, em Nova Iorque, quando o rapper Asap Rocky utilizou uma criação de Eli Russel Linnetz feita com um antigo cobertor de remendos, que o designer encontrou numa loja em segunda mão.





Os especialistas dizem que a técnica simboliza diversão, uma forma de remendar o passado, desenvoltura, rebeldia e originalidade. Há quem a considere uma tendência feia e de velhos, mas o certo é que está por todo o lado, principalmente nas marcas que defendem uma moda sustentável.


Esta não é a primeira vez que esta tendência ressurge. Depois da fama dos anos 70, o início do milénio foi dominado pela técnica, com artistas como a Christina Aguilera a ser um ótimo símbolo disso. Hoje em dia, vais encontrar modelos óbvios de patchwork e outros mais subtis. Muitas vezes o conceito está por detrás da ideia do produto em si, com a utilização de várias matérias sobrepostas. O patchwork pode ser representado pela junção de várias cores, por exemplo.


De certeza que já viste os teus influencers preferidos a usar esta tendência. Na verdade, talvez até tenhas visto alguns vídeos onde te ensinam a fazeres o mesmo com a tua roupa. No entanto, sabias que na altura da Grande Depressão esta técnica foi muito popular porque permitia poupar dinheiro e prevenir o desperdício? É interessante perceber como a sociedade influencia a moda e vice-versa. Principalmente numa altura em que todos procuramos sentido no que fazemos. O que pode parecer à sorte, muitas vezes não o é. Um pequeno remendo pode simbolizar muito mais. Muda como vês o mundo através das roupas no BZR- Street Style Culture.





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