Apresentações aos vinis e aos leitores Crosley já não são precisas, por isso vamos passar ao que interessa: ao nosso protagonista de hoje, Michael Jackson. Amanhã, dia 25 de junho, marcam 12 anos desde que o mundo parou ao saber da morte do cantor. Conhecido como o rei do pop, Jackson teve uma vida de sucesso, recheada de polémica e que acabou sem aviso aos 50 anos. Mas comecemos pelo início.
Michael Joseph Jackson nasceu a 28 de agosto de 1958 em Gary, uma cidade no estado do Indiana, Estados Unidos da América. Foi o sétimo de nove filhos do casal Joseph e Katherine Jackson. A sua carreira musical começou quando tinha apenas seis anos, ao integrar o grupo The Jackson 5 com quatro irmãos. Não demorou muito a que o seu talento se destacasse e aos 11 anos já era o vocalista do grupo. Com uma postura em palco e um estilo de dança muito próprios, Michael Jackson desde cedo foi uma referência no panorama musical norte-americano.
Foi em 1971 que o rei do pop começou a sua carreira a solo, na Motown Records, editora discográfica que também representava os The Jackson 5. Com o álbum Off the Wall, de 1979, Michael Jackson alcançou o estrelato, tornando-se uma figura dominante na música. Três anos depois, o cantor lançou o álbum Thriller, que viria a ser o álbum mais vendido de todos os tempos.
Neste álbum, Michael Jackson quebrou barreiras sociais e transformou o meio da música numa forma de arte. Com vendas estimadas em 66 milhões de cópias em todo o mundo, Thriller foi o álbum a solo mais vendido do mundo até ao momento, segundo o Guiness World Records. A 21 de fevereiro de 1983, o álbum chegou à primeira posição dos mais vendidos nos EUA, onde ficou por 37 semanas, baixando depois para o top 10 por mais 43 semanas. Este foi o disco de singles como ‘Beat It’, ‘Billie Jean’ e ‘Thriller’.
Quem não se lembra do videoclip de ‘Thriller’, uma produção de 14 minutos que custou mais de 500 mil euros? Nos anos que se seguiram ao lançamento de Thriller, o álbum foi não só uma referência musical. Foi também um ponto de viragem nos mundos da dança, moda e televisão. O disco foi um marco na luta contra a discriminação racial na indústria musical.
1987 foi outro ano importante na carreira de Michael Jackson. Depois de adiar o lançamento do álbum por dois anos, foi em agosto desse ano que saiu Bad, o primeiro álbum a produzir cinco singles número um na Billboard Hot 100. Apesar da grande aceitação dos fãs, Bad foi mal recebido pela crítica, quando comparação com Thriller e Off the Wall.
Foi a partir desta altura que a vida do cantor começou a ganhar destaque nos meios de comunicação devido às alterações evidentes na sua aparência. Os jornais especulavam sobre possíveis cirurgias plásticas que Jackson possa ter feito, sendo que o cantor só confirmou ter feito duas. Para além disso, a mudança da cor da sua pele começava a ser acentuada. Com muitas teorias sobre este assunto, o que se sabe é que Michael Jackson sofria de vitiligo, uma condição de pele auto-imune que causa a perda da pigmentação da pele. O cantor foi também diagnosticado com Lúpus no início dos anos 90. A doença também auto-imune provoca dor e alterações na pele, uma vez que o sistema imunitário ataca as células em vez de as defender. Esta condição veio ajudar a explicar o porquê de Michael Jackson aparecer muitas vezes de máscara em público e de ter uma dependência de analgésicos.
Existem ainda algumas teorias sobre o uso de cremes de clareamento de pele, que poderia ou não estar relacionado com o vitiligo. Em entrevista a Oprah Winfrey, o cantor falou sobre a sua condição de pele e declarou-se orgulhoso por ser um norte americano de cor negra, negando que branqueava a pele por vergonha.
Em setembro de 1987, Michael Jackson começou a Bad World Tour, a sua primeira tour mundial enquanto artista a solo, que levou mais de 4,4 milhões de pessoas a estádios em 15 países diferentes. Ao longo dos anos 90, o performer continuou a inovar em palco e em vídeo, tendo popularizado técnicas de dança como o moonwalk. Michael Jackson explorou vários géneros musicais como o pop, o funk, o rock e o soul. Para além dos três álbuns que já falamos, o cantor lançou mais sete álbuns ainda em vida e dois póstumos. Ele ganhou centenas de prémios, incluindo 39 recordes do Guiness e 15 grammys.
Foi também nos anos 90, mais propriamente 1992, que o cantor criou a fundação Heal the World, com o intuito de ajudar milhões de crianças em todo o mundo. Este interesse por ajudar e estar com crianças foi um traço muito predominante e criticado na personalidade de Michael Jackson. Segundo o próprio, ele gostava de se rodear de crianças porque o fazia lembrar de todas as coisas que tinha sido privado por ter trabalhado durante toda a sua infância. No entanto, este gosto virou-se contra o artista quando, em 1993, surgiu a primeira de quatro acusações de abuso sexual infantil. Apesar de ter sido absolvido de todas as acusações, este é um tema que ainda está a dar que falar, especialmente depois do documentário de 2019, Leaving Neverland.
Michael Jackson faleceu a 25 de junho de 2009. A causa da morte foi uma paragem cardíaca, induzida por uma overdose de sedativos administrado pelo seu médico pessoal Conrad Murray, que foi condenado a quatro anos de prisão por homicídio involuntário. Dentro de todas as teorias sobre o cantor, existem ainda algumas sobre a possibilidade de ele estar vivo e prestes a voltar com um novo álbum.
Um verdadeiro ícone cultural, Michael Jackson teve uma vida complexa e cheia de especulações. Mas uma coisa é certa, as suas contribuições no mundo da música e da dança mudaram a indústria. Descobre os discos de Michael Jackson e outros artistas na nossa coleção de discos de vinil.
