Lacoste e a moda sem género
Vestuário

07 Maio 2021

Lacoste e a moda sem género

Lacoste e a moda sem género



A marca é um símbolo de elegância e de qualidade. Um verdadeiro ícone nos ambientes mais refinados do mundo. Como uma marca de dimensão mundial, a Lacoste não fica atrás nas dinâmicas sociais contemporâneas.


A nova geração de consumidores, que luta pelo ambiente, pela justiça e pela igualdade, tem exigido mais do mundo da moda. O objetivo é ir em direção a um mercado de vestuário sem segmentação de género. Esta mudança tem vindo a acontecer ao longo da última década, e marcas como Gucci, Burberry, Tommy Hilfiger e Bottega Veneta têm levado roupas sem género às passerelles, com o mote de que a moda não tem género.


Foi em 2011 que a Lacoste criou a linha Lacoste L!ve como parte da estratégia de rejuvenescimento da marca. Pensada para apostar num conceito mais jovem e urbano, esta vertente da Lacoste brinca com o clássico, e mais importante do que tudo, reinventa o futuro. É aqui que entra a coleção unissexo desta estação da Lacoste L!ve. Corta-ventos, blusões, calças de fato de treino, lenços de seda, calções, chapéus, sweaters, pólos, camisas e meias. A coleção da Lacoste L!ve tem tudo, mas só numa versão. Mulher e homem juntos.



Com uma silhueta mais oversize e reta, temos disponível para ti um conjunto de t-shirts e sweaters. A t-shirt Lacoste Live tem um decote redondo e o famoso crocodilo existe numa versão em pin metálico no peito. A peça em malha 100% algodão está disponível em três cores: azul, branco e verde. Por outro lado, a t-shirt azul com estampa, também em malha 100% algodão, presta tributo ao ADN desportivo da marca e é muito confortável. Neste modelo, o crocodilo fugiu para a parte de trás do pescoço, onde está bordado à camisola.


Para os dias mais frescos, a camisola com capucho verde eleva qualquer visual. Fabricado em felpa de algodão de cor sólida, o hoodie tem cordões ajustáveis no capucho, mangas que se alongam até ao decote sem ter corte transversal no ombro (o que se chama de manga raglã), e um bolso canguru. Para além disso, este modelo de corte largo tem um crocodilo metálico e o nome da marca cravado em relevo num dos cantos da parte de trás. Se preferes apostar num modelo mais neutro, a sweatshirt é para ti. Com um tom bege e o mesmo estampado vintage que a t-shirt azul de que te falamos antes, esta camisola combina o corte reto com um acabamento canelado nas extremidades das mangas e da parte inferior. O crocodilo, esse, está nas costas, como que meio escondido.





Porque unissexo?


Já alguma vez paraste para pensar que é bastante frequente as mulheres comprarem roupa na secção de homem? Apesar de não ser tão comum o contrário acontecer, a verdade é que isso vai ocorrendo cada vez mais. Daí foi um passo pequeno até as marcas perceberem que existia um terceiro caminho que devia ser explorado: o unissexo.


Foi o que aconteceu com a cadeia de vestuário britânica Selfridges em 2015. Nesse ano, a marca apostou pioneiramente numa gama de vestuário sem género, chamada de “Agender”, depois de ter entendido que as categorias de género afetavam a perceção dos consumidores em relação às roupas neutras. Começaram assim um movimento com implicações políticas mais amplas. Para além de se introduzirem temas culturais de género, foi também exposta a necessidade de existir um ambiente integro e de respeito para as pessoas não-binárias no retalho. Para algumas pessoas que não se enquadram nas definições binárias de género pode ser constrangedor ou, na pior das hipóteses, psicologicamente violento o simples ato de ir às compras. Numa altura em que a igualdade de género e os direitos LGBT começam a ser reconhecidos, a moda tem desempenhado um papel importante.


Sabias que historicamente o cor-de-rosa era uma cor masculina? Até aos anos 40, o cor-de-rosa era visto como uma tonalidade mais suave do vermelho, cor associada ao poder masculino, então era muito utilizada por rapazes. Foi apenas devido à influência de Mamie Eisenhower, primeira-dama norte-americana, e de musicais da altura, como “Funny Face”, que a cor começou a ganhar uma conotação mais feminina. Atualmente, como deves saber, os tons suaves de rosa e a cor salmão voltaram a ter um lugar de destaque na moda masculina.


E sabias também que o salto alto, que para muitos simboliza a figura da mulher poderosa, foi criado para homens? A sua criação remonta aos cavaleiros persas que precisavam deles para ter uma melhor posição dos pés quando cavalgavam. Durante séculos, os saltos altos invadiram o guarda-roupa masculino, sendo eles um símbolo de virilidade. Foi por volta de 1740 que os saltos altos passaram para o mundo feminino, numa altura em que as mulheres lutavam pela diferenciação e pelos seus direitos.


E já que estamos a falar de mudanças de perceção de género na moda, trazemos-te mais um exemplo. Foi com a Coco Chanel que se masculinizou o vestuário feminino. Ela criou uma nova estética ao vestir mulheres com roupa de homem ou que era conotada como roupa masculina.




Apesar deste caminho já estar a ser percorrido pelo menos nos últimos 6 anos, é preciso ter em consideração que é uma caminhada longa a percorrer. Assim, o mais importante a reter é que esta narrativa tem de ter o intuito de mudar perceções e não somente de ser mais uma moda passageira. Em Portugal, existem várias marcas e designers que já não pensam em públicos diferentes quando criam. As barreiras estão a ser quebradas e as mentalidades a ser expandidas. Afinal de contas, porque é que as roupas têm de ter género? Para a Lacoste L!ve não é preciso.


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