Foi em 2004 que o dia 21 de junho se tornou mais do que o dia do solstício de verão. A IASC, a Associação Internacional das Empresas de Skate, decidiu criar o Go Skating Day – dia de andar de skate- para celebrar a modalidade. O objetivo é encorajar toda a gente a experimentar o desporto radical, incentivar a realização de competições e, de modo geral, promover o skate.
O dia, celebrado mundialmente, foi ontem e um pouco por todo o país os skaters celebraram com vários eventos. Mais do que uma comemoração, o Go Skating Day é um dia de ativismo onde a cultura skate partilha os seus valores. Lagos, Faro, Setúbal, Ovar, Leiria, Viana do Castelo e Lisboa são algumas das cidades que se deixaram contagiar por este desporto radical que, pela primeira vez, vai fazer parte dos jogos olímpicos. Como não podia deixar de ser, o BZR não ficou indiferente e por isso hoje trazemos-te um pouco mais sobre esta modalidade e sobre os skates que temos disponíveis na nossa skateshop.
Antes de continuar, temos de te dizer que a abordagem deste post é muito geral e mais voltada para quem quer saber mais sobre este mundo. Se precisas de informação e equipamento mais técnico, aconselhámos-te a passar pelo Bazar Desportivo.
Não se sabe ao certo quando surgiu o skate, mas calcula-se que foi em meados da década de 60 na Califórnia. O surf estava em alta e os praticantes do desporto queriam surfar mesmo quando a maré não estava boa. Solução: pegar em rodas de patins e pôr numa prancha de madeira. Nasceu assim o sidewalk surf – o surf na estrada-.
O skate não demorou a ganhar fama entre a comunidade mais jovens. O Freestyle dominava o desporto que não tinha regras. Em 1965 começaram a surgir os primeiros campeonatos e na década de 70, devido a uma grande seca nos Estados Unidos da América, surgiu o skate vertical, modalidade realizada dentro de piscinas vazias. Com os anos, foram surgindo as manobras que se viram a tornar a base do desporto, com figuras-chave como os Z-Boys, Alan Gelfand, Tom “Wally” Inouve, Rodney Mullen e Tom Hawk.
Existem oito vertentes de skate: Street, Freestyle, Half-Pipe, Pool Riding, Big Air, Downhill, Boardcross e Longboard. Nós vamos falar nas primeiras duas, as mais populares entre os entusiastas do skate. Em primeiro lugar, temos o famoso skate de rua, onde os skaters utilizam a arquitetura da cidade como pista. Se já viste alguém a andar de skate pela tua cidade, a fazer manobras em escadas ou em corrimãos, então viste alguém a praticar a vertente Street. Depois, temos o Freestyle, que consiste numa sequência de manobras realizadas geralmente no chão. Esta modalidade é considerada a primeira de todas e o kickflip, o 360 flip, o inward heelflip e o hardflip são algumas das manobras que se podem fazer.
O Skate em Portugal
A história da modalidade em Portugal começou um pouco mais tarde. Devido ao fascismo, estima-se que o skate, assim como outros desportos e estilos de música, só surgiu depois do 25 de Abril. Provavelmente trazido por imigrantes, retornados das ex-colónias Portuguesas ou por estrangeiros, o skate chegou a Portugal no fim dos anos 70 ou inícios dos anos 80.
Devido à sua contracultura, postura anti-sistema e inexistência de regras, o desporto tornou-se muito popular. A cultura rebelde dos skaters fez com que fossem vistos como criminosos. Também não ajudava o facto de não existirem estruturas onde se pudesse praticar a modalidade. Assim, muitos skaters iam para edifícios em obras, onde construíam rampas com o material que encontravam. Foi só em 1986 que o primeiro skatepark foi construído em Portugal. O sítio escolhido foi a Quinta da Balaia no Algarve.
Com o passar dos anos, o skate começou a ser reconhecido como modalidade. O programa de televisão “Portugal Radical” emitido na SIC foi um grande impulsionador do desporto, tendo estimulado o aparecimento de skaters por todo o país. Quase duas décadas depois, 2018 foi o ano zero do skate sob a tutela da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), entidade que organizou nesse ano o primeiro campeonato nacional de skate. É daí que sai Gustavo Ribeiro, o atleta federado Português que vai competir nos jogos olímpicos de Tóquio no próximo mês de julho. Com 20 anos, o atleta ocupa a terceira posição no ranking da competição, logo a seguir ao norte-americano Nyjah Huston e ao japonês Yuto Horigome.
Mas vamos agora ao que interessa. Há muita coisa a ter em consideração na compra de um skate. Primeiro, o tamanho da tábua. A tábua é a prancha em madeira que está sobre as rodas. Ela é constituída pelo nose, a parte levantada na zona frontal, pela tail, a parte levantada na zona traseira, e pelo côncavo, a parte que fica entre o nose e a tail. Na hora de escolher uma tábua, tens de ter em atenção a concavidade do côncavo. Quanto mais côncavo, mais adesão terás ao realizar movimentos. Pelo contrário, se for menos côncavo, terás uma maior sensação de liberdade. Para além disso, tens de escolher o comprimento da tábua de acordo com a tua altura. Quanto mais alto fores, maior deve ser a tua prancha.
Outro fator a ter em conta é a distância entre eixos. Os eixos são as estruturas de metal onde estão as rodas. Quanto menor for a distância entre eixos, menos estabilidade tens, mas por outro lado consegues fazer curvas mais fechadas. Para além disso, uma das medidas mais importantes é a largura da tábua. Quanto maior for a largura, maior será a estabilidade do skate, o que poderá significar movimentos menos radicais. Podes ainda escolher entre vários tipos de rodas. O tamanho das rodas e o tipo de terreno influenciam a aderência, a aceleração e a velocidade. Em geral, para superfícies lisas as rodas mais pequenas são melhores porque geram mais velocidade e para superfícies irregulares, como o asfalto, as maiores têm mais aderência e estabilidade. Por fim, a forma da prancha é uma escolha puramente estética, mas cheia de personalidade. Temos disponíveis muitos skates e tábuas das mais variadas marcas, como Birdhouse, Nomad, Primitive, Santa Cruz e Tony Hawk.
Explora a nossa skateshop e descobre tudo o que precisas para viveres a cultura skate.
