A Austrália é conhecida por muita coisa. Corais, ópera, cangurus, surf, calor e a Deus Ex Machina. Foi a cultura otimista, aventureira e de mente aberta que levou Dare Jennings e Carby Tuckwell a apostar num interesse que tinham em comum. Porque não ter a liberdade de fazer uma coisa de que se gosta?
Em 2006, a paixão por motos, surf e moda levaram à criação da marca Deus Ex Machina. A expressão, que significa deus da máquina, vem do latim e refere-se ao aparecimento de algo ou alguém que vai dar a solução a um problema que parece impossível de resolver. Os gregos e os romanos usavam-na no teatro e os dois australianos escolheram-na para dar nome a uma marca que viria a ser reconhecida como uma cultura.
Durante anos, o surf e o motociclismo estiveram interligados e algures ao longo do caminho eles foram se separando, formando grupos de fãs muito distintos. Jennings e Tuckwell quiseram criar um espaço onde as duas realidades se pudessem voltar a juntar e assim surgiu a ideia por detrás da Deus Ex Machina.
A Deus Ex Machina é uma marca de motos, surf, snowboard, roupa, restauração, música e cinema. Junta tudo nas suas lojas, que são mais conhecidas como templos culturais. Para os fundadores, criar a marca foi uma experiência catártica, que lhes permitiu pôr em prática as inúmeras ideias que tinham. Queriam mostrar que fazer algo era mais divertido do que simplesmente tê-lo. Assim, a cultura da Deus focou-se na criatividade de reconstruir motos, de criar designs de roupa e de abrir um espaço de recursos, de convívio e de negócio.
As lojas da Deus Ex Machina são um santuário, um showroom, uma oficina e um café ao mesmo tempo. Com nomes específicos para cada uma, a marca tem 25 espaços espalhados por todos os continentes. O primeiro, em Sidney, chama-se Casa dos Prazeres Simples. Já o de Bali, a casa espiritual da empresa, que atraí muitos entusiastas do surf todos os dias, é conhecida como o Templo do Entusiasmo.
Cada santuário da Deus Ex Machina é igual e diferente ao mesmo tempo. Apesar de todos seguirem a filosofia da marca, cada templo é específico à cultura em que está inserido, adotando a arquitetura e os costumes de determinado país. A empresa australiana orgulha-se de ser diferente de uma Prada, por exemplo, que tem lojas iguais espalhadas pelo mundo. Mais uma vez, o papel da liberdade e da criatividade é central. A estética visual da marca vai beber mais aos assuntos do momento e ao que a equipa experiencia do que propriamente à cultura do motociclismo pré-existente.
No BZR-Street Style Culture podes encontrar a linha de roupa da Deus Ex Machina, que tem um lugar mais peculiar no negócio do que seria de esperar. Como já deves imaginar, a marca australiana trabalha, em grande parte, com motos customizáveis. Na realidade, eles produzem equipamentos de tamanha qualidade que são abordados muitas vezes por atores, músicos e personalidades. Segundo a nossa pesquisa, é no templo de Los Angeles, chamado de O Empório de Atividades Pós-modernas, que Michael “Woolie” Woolaway trabalha em motos de gama alta para famosos como Ryan Reynolds, Orlando Bloom, Billy Joel, Bruce Springsteen e Jason Mraz. Contudo, essas motos personalizadas, trazem prejuízo à empresa. “É por isso que fazemos roupa” confessou Dare Jennings em entrevista ao Los Angeles Time. No entanto, as motos são um investimento intangível a nível de marketing, devido à exposição mediática dos seus futuros donos.
A Deus Ex Machina não existe para fazer dinheiro, segundo os fundadores. O objetivo é passar um bom bocado a trabalhar no que se gosta. Assim, a coleção deste verão aposta em padrões divertidos e em cores básicas, com logos dinâmicos, para que possamos sentir e vestir um pouca da filosofia da empresa australiana.
Agora já conheces um pouco mais sobre esta marca que evoca o que muitos procuram: a capacidade de se libertar das situações mundanas da vida e de aproveitá-la de todas as maneiras possíveis. A Deus Ex Machina faz isso através da produção de filmes, de competições de surf e do convívio nos seus cafés. E tu? Já sabes como podes fazer o mesmo?
