"Estamos neste negócio para salvar o nosso planeta"
Marcas

05 Maio 2021

"Estamos neste negócio para salvar o nosso planeta"

"Estamos neste negócio para salvar o nosso planeta"


“Se tens prestado atenção, tu sabes que as coisas não estão a correr bem para o planeta. É bastante fácil ficar deprimido com isso. E eu sempre soube que a cura para a depressão é a ação!”. Estas são as primeiras frases de Yvon Chouinard, fundador da marca, no vídeo de apresentação da Patagonia Action Works, uma plataforma que reúne organizações que se debruçam sobre problemas ambientais. Esta plataforma vai ao encontro da missão da empresa: salvar o planeta. 


Pode parecer um objetivo utópico, mas a verdade é que na Patagonia não se fala da boca para fora. Age-se. Com uma forte responsabilidade social, a marca tem se destacado no mercado pelo seu comportamento sustentável. Isto pode ver-se quer pelos seus programas de reciclagem e reutilização, quer pelos programas de bem-estar dos trabalhadores e dos animais ou quer pela mensagem de consumismo consciente que está na base da marca.


Desde sempre muito preocupado com a pegada ambiental dos seus produtos, Chouinard foi adaptando a sua empresa ao seu estilo de vida. Em 1985, a Patagonia comprometeu-se a doar 1% das vendas para a preservação e restauração do ambiente, através de bolsas ou apoios a organizações. Para além disso, em 2019, a marca doou mais de 6 milhões de dólares (aproximadamente 5 milhões de euros) a organizações não lucrativas que respondem à crise climática.


Apesar da utilização de materiais reciclados na criação dos produtos, a reciclagem por si só não é uma solução. O transporte da mercadoria, o transporte dos trabalhadores e o funcionamento das fábricas contribuem para uma maior pegada ecológica. Por isso, até 2025, a Patagonia comprometeu-se a diminuir o seu impacto ambiental, tendo como objetivo retirar mais carbono da atmosfera do que aquele que produz.


O plano é composto por seis frentes. Em primeiro lugar está a utilização de energia renovável em todos os seus estabelecimentos, sejam eles lojas, escritórios, centros de distribuição ou fábricas. Em 2019, 100% da presença no território americano e 80% da presença global já utilizavam energia renovável.


Em segundo lugar está delineado o uso exclusivo de materiais reciclados e reutilizáveis nos seus produtos, sendo que em 2020, 60% da linha dessa estação já tinha sido fabricada com materiais reciclados. Por norma, todos os produtos Patagonia têm disponível a informação dos materiais com que foram feitos.




Já em terceiro lugar está certificação orgânica regenerativa. Esta prática tem como objetivo reduzir as emissões de gases de estufa, tendo em conta que a agricultura convencional industrializada é responsável por cerca de 25% das emissões que causam a crise climática. Para além disso, a agricultura orgânica regenerativa tem como principal objetivo a saúde do solo, o que potencia a qualidade da matéria-prima e é extremamente benéfico para o ambiente.


Em quarto lugar vem o investimento noutros projetos de captação de carbono, como por exemplo a reflorestação. Por fim, nos últimos dois pontos estão a expansão do programa Worn Wear, onde se incentiva o uso de peças Patagonia em segunda mão como forma de combate ao consumo desenfreado da atualidade, e a plataforma Patagonia Action Work que apoia projetos de organizações que lutam pelo meio ambiente. Com uma forte componente ativista, a Patagonia é muito honesta no processo de criação dos seus produtos, dando oportunidade ao consumidor de ver tudo no site da marca.

 


A qualidade é uma questão ambiental

 

Está cientificamente comprovado que existe uma correlação entre a qualidade de um produto e a sua durabilidade. Em média, segundo a Patagonia, um americano comum deita fora cerca de 36kg de roupa por ano. Para combater o consumo desenfreado, a marca aposta na qualidade do produto, utilizando um sistema de medição de 0 a 10. Esse sistema é medido através das seguintes perguntas: É funcional? É multifuncional? É durável? Causa algum mal desnecessário? É reparável? É esteticamente apelativo? Serve? É fácil de cuidar? É globalmente relevante? O produto e a linha são simples?


Segundo a Patagonia, as peças atualmente produzidas rondam uma pontuação de 8,87 em média, sendo que qualquer produto abaixo de 8 é descontinuado até ser aprimorado. O potencial da reciclagem, aliado a uma economia circular e à agricultura orgânica regenerativa, resulta num produto com um ciclo de vida maior. Com um produto de qualidade, consome-se menos, produz-se menos lixo e quem produz as peças tem mais tempo para produzir melhor.


Sempre focados na qualidade desde o início, não é agora que se vão desviar desse caminho. A marca apela ao consumidor para que consuma menos e com consciência. A indústria do vestuário é responsável por 10% da poluição e a Patagonia defende que não precisa ser dessa forma. Não é uma questão de deixar de comprar, mas antes comprar com cabeça. Peças com um ciclo de vida longo, multifuncionais e peças em segunda mão contribuem para um consumismo mais consciente.





Para além dos cuidados que a Patagonia tem em relação aos seus produtos, existe ainda mais um ponto forte na marca: a utilização da sua plataforma para divulgar histórias e temáticas que merecem ser ouvidas e esmiuçadas. O conceito de descentralização do sistema de energia para que as comunidades se possam desenvolver mais, a vida marinha e a tradição cultural num rio diminuído pela construção de barragens e a desflorestação de um território indígena na Tasmânia são apenas três exemplos das inúmeras histórias, seja em reportagem ou em documentário, que se podem encontrar no site da Patagonia. Estão disponíveis temas dentro da temática da pesca, neve, escalada, surf, corrida todo-terreno, comida, ciclismo de montanha, kitesurf, ativismo, pegada ecológica, cultura, design, vestuário de trabalho e vestuário em segunda mão. Informa-te mais sobre o planeta onde vives.

 

Não sabemos como é contigo, mas para a Patagonia a pergunta final será sempre “É um 10”?


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